Agradecemos,
logo de início, às boas-vindas dos residentes originais desta casa de letras e
cultura que é a Literacia, e ao convite a nós formulado pela anfitriã Ana
Merij, pois se há um defeito que não temos, este é a ingratidão.
O DEBATE DO DIABO COM UM PADRE NO
SERTÃO
Estando desprotegido
o meu querido sertão
com as mortes de Padim Ciço
e Padim Frei Damião,
quem apareceu por lá
foi o danado do Cão.
O rei da mal criação
chegou bem acompanhado
por uma corja de cabras
do reino degenerado:
de arruaceiro a ladrão,
de mentiroso a tarado.
Vi um bode endiabrado
que só berrava em inglês
chamando de língua morta
nosso amado português,
dizer que lá no sertão
só se fala o matutês.
Tomando uísque escocês
vi chegar macaco anão
ameaçando emprenhar
muitas moças no sertão,
povoando tal lugar
com os Macacos do Cão.
Talvez por educação
quis conversar com Tinhoso,
e a ele perguntei
se era um Cão majestoso
como Lúcifer, Mefisto,
ou outro diabo famoso.
O Diabo ficou raivoso
com a pergunta que fiz,
e disse: - "Meu nome é Minos,
do Inferno sou juiz.
E, se perguntar mais coisa,
te capo, zé infeliz!"
Sair dali logo eu quis,
pois chegara a segurança:
um gorila de dois metros
armado com uma lança,
e um sapo gigantesco
mostrando a língua e a pança.
Como eu não sou criança
tentava escapar ligeiro,
quando ouvi o Cão dizer:
- "Deixem o pobre, é
beradeiro...
Mas diga-me cá, matuto:
onde mora o feiticeiro?"
Eu disse: - "Deus mandingueiro,
bruxo não tem no sertão."
E o Diabo respondeu:
- "E o mestre da ilusão
que vocês chamam de padre:
onde é seu casarão?"
Eu mostrei a direção
da casa paroquial,
e pra lá se dirigiu
a Caravana do Mal,
todos dizendo pilhérias
e muita coisa imoral.
Atrás da turba infernal,
à distância bem segura,
também eu fui ver a briga:
- Debate assim é cultura:
uma experiência dessas
é mais que grande aventura! –
Com um terço na cintura
o vigário apareceu
e, notando que era o Diabo,
o crucifixo ergueu.
Vendo a cruz, em debandada
toda a tropa então correu,
mas o Diabo disse: - "Eu
não sou um diabo qualquer!
Guarde os seus amuletos
que neles não tenho fé,
e saiba que está falando
com o Juiz de Lucifé!"
- "Me diga logo o que
quer!" -
diz o padre, insatisfeito,
e assim responde o Diabo:
- "Me trate com mais respeito,
seu padreco vagabundo,
que agora eu sou Prefeito!"
- "Mas você nem foi
eleito..."
- foi respondendo o vigário,
- "Sabe o que é eleição,
ou quer um dicionário?
Se bem que cá no sertão
só se vota em salafrário..."
- "Padreco, não seja otário,
veja que coisa singela:
matei prefeito e o vice,
tranquei toda a parentela.
Mais tarde vou passar lá
pra ver se sobrou donzela..."
Diz o padre: - "Coisa bela!
Fizeste uma boa ação.
Eu mesmo não sinto falta
de mentiroso e ladrão.
Para esses dois pecados,
saiba que tens meu perdão!"
Diz o Diabo: - "Seu merdão,
guarde-o para quem precisa,
e se disser mais besteira
vai levar é uma pisa:
se reincidir, eu capo,
pra ver se se ajuíza!"
E o padre diz: - "Quem bisa
no erro, logro ou engano,
é gente daquela terra
onde o Diabo é soberano...
Mais respeito com a cidade,
se não entra pelo cano!
Fique sabendo, tirano:
aqui tem moça direita!
Da inocência das pobres
malandro se aproveita,
e a grande humilhação
muita pobre se sujeita!"
E o Cão: "Vê se te ajeita,
seu padreco sem valor:
eu sei que em safadeza
tu és mestre, professor!
Faz juras de castidade
e sexo em lugar de amor.
E a mulher do doutor,
gostou ontem do sermão?
No rabo lhe empurrou,
sei até a posição...
De adultério o senhor
conhece qualquer lição."
Grita o padre: - "Sai, Tição!
Coisas da humana fraqueza...
As coisas do coração
são da nossa natureza:
ela gosta de oração,
se ajoelha com franqueza..."
Diz o Diabo: - "Que beleza!
Poetou que só o diabo...
Mas uma vez por semana
você lhe mete no rabo:
ela faz a doação
e escorrega no quiabo..."
- "Ô miserável, eu te acabo
se mais me falas assim,
dizendo essas baixezas
e caçoando de mim:
quem é mestre em safadeza
é teu povo, Coisa Ruim!"
- "Por barbas de Serafim
- se é que anjo é barbado -
já perdeu a compostura,
padreco mal educado?
Melhor andar com mulher
que ser um padre viado...
Mas eu vou ficar calado
pras coisas sexuais:
e porque juram pobreza
os que lhe serão iguais,
antes de ganharem o luxo
dos vinhos e castiçais?"
- "Da maldade és capataz,
e do ódio, alcoviteiro:
não vejo nada demais
em ter conforto e dinheiro
para pregar a Palavra
do Mestre que É verdadeiro."
- "Tudo bem, meu feiticeiro,
são coisas da realeza:
trepam em meio à castidade,
ricos louvando à pobreza:
são iguais aos políticos,
os mestres da esperteza.
Mas me diga com franqueza:
qual é a explicação
do fanatismo do povo
dessa parte da nação?
Não seria mais honesto
investir em educação?"
- "Dispenso sua lição:
guarde-a pra seus seguidores!
Padre Cícero e Damião
também tinham seus valores:
fanatismo no sertão
deve-se a muitos fatores.
São os principais atores
dessa antiga maldição,
isolamento, pobreza
e a colonização,
pois viemos pro Nordeste
no tempo da Inquisição."
- "Falou com inspiração,
dessa vez disse a verdade.
Pois reconheceu ser cúmplice
dessa infelicidade:
padre, foi a tua Igreja
que perpetrou tal maldade!"
- "Demônio, de falsidade
quem entende é o senhor!
A missão da Santa Igreja
sempre foi levar o amor
e a Palavra do Mestre,
nosso Jesus Salvador!"
- "Rá, rá, que encantador!
Eu conheço bem Jesus:
Ele morre de vergonha
de ver, sob a Sua luz,
os vendilhões retornarem
vendendo santinho e cruz..."
- "Tuas palavras de pus,
prenhes que são de maldade,
não podem pronunciar
com tal naturalidade
o santo nome Daquele
que pregou a piedade!"
- "Ora, ora... e é verdade?
O monopólio da fé...
Toda bondade do mundo
só pertence a Santa Sé...
- A astúcía dessa gente
causa inveja a Lucifé!"
- "Sabendo quem você é
- grande artesão da maldade -
desconfio da intenção
de sua súbita bondade:
me diga o que houve, Cão:
o que o trouxe à cidade?"
- "Padreco, na minha idade,
se conhece bem o mundo:
hoje o tal cristianismo
virou credo vagabundo,
e continuando assim
não dura mais um segundo.
Vejo charlatão imundo
pregar em nome de Deus,
em muitas seitas cristãs
ao Diabo adoram os seus;
dança sensual na missa,
a moral dos filisteus...
Esses negócios são meus,
vim tomar satisfação!
Vou atrás de Papa e Bispo
propor negociação:
fiquem com as coisas de Cristo,
a nós pertencem as do Cão!"
- "Desconfiei da intenção
do tal juiz infernal,
pois conheço sua história,
artífice maior do Mal:
então o seu interesse
é apenas comercial?"
- "É sim, padreco venal,
digo com sinceridade:
religião é comércio,
e nessa sociedade
cada um tem sua parte:
- respeitem minha metade!"
Nesse instante, na cidade
ouviu-se o som do trovão,
e dali sumiu na hora
o malfazejo do Cão.
O velho padre na rua
rezava qual doido à lua,
girando que nem pião.
Antônio Adrianao de Medeiros
Às
vezes podemos parecer ingratos com alguém que quer nos ajudar ou pelo menos
elogiar, quando não estamos preparados para receber tal ajuda ou elogio, que ás
vezes um certo orgulho, uma certa vaidade - defeitos que combato em mim, mas
não posso negar que os tenho, não querendo ser mais santo que os próprios
santos, ou mais divino que a própria idéia de Deus ("vaidade das
vaidades...", nos lembra o Eclesiates), quero dizer que, quando o presente
poema, um rimance que poderia muito bem ser dependurado num fio de barbante e
vendido numa feira nordestina qualquer, embora talvez não vendesse muito, pois
bem, quando o presente rimance veio à luz, eu quis brigar com uma poeta. Seu
nome é Julieta Lima, uma poeta das verdadeiras, autora de um dos sonetos mais
belos que já li, A Prostituta de Luiz Vaz, essa poeta portuguesa disse naquela
ocasião "isso não é um cordel", e eu reagi brabo, peixeira de doze
polegadas bem visível sob a camisa desabotoada e o bafo de cachaça e a fumaça
de cigarro pesado, o boró de fumo de rolo, saindo belas ventas, o barbatão
sertanejo bufava contra "o preconceito contra o cordel" que vira,
quase alucinado, em suas palavras na verdade mui gentis. Retrucou a poeta
Julieta Lima através de outra mensagem d´'além-mar oriunda, com a mais serena
placidez das almas verdadeiramente sábias e poéticas, que respondia apenas
porque sabia que eu era poeta (sic), mas que o que tentara dizer foi que o
aludido poema, cujo nome é O Debate do Diabo com um Padre no Sertão, fugia em
muito ao que se costuma chamar de poesia de cordel, pois era um poema
filosófico, ainda que satírico, e não uma sátira banal e pobre de conteúdo como
se vê nos cordéis que se vendem nas esquinas ou feiras por aí. Fiquei sem
pernas, sem chão, sem peixeira, sem cachaça e sem boró, mas felizmente não sem
palavras para me desculpar à poeta Julieta Lima, e o fiz.
Porque
se idealiza muito o cordel, ás vezes, e talvez nessa idealização é que exista
um preconceito embutido, ou não, de que é bacana mas não passa de um cordel,
"é bom, mas é cordel", poema pra ser vendido em folheto mas nunca num
livro publicado só de poemas no estilo cordelista, ou pelo menos uma ilusão, de
que "sendo cordel é bom, pois é expressão da verdadeira alma do povo
nordestino", etc., e baboseiras afins. Isso é falso, nem todo cordel é
bom, ´há verdadeiras ´porcarias, com erros grosseiros de gramática, expresão de
preconceitos grosseiros ou de julgamentos infundados, além de roubos de autoria
e desrespeito por direitos autorais na venda de cordéis. Eu mesmo fui mandar
uns poemas pra um parente meu, e depois eu soube que ele estava vendendo (tem
uma impressora lou coisa parecida por lá) os poemas em folhetos, com meu nome
lá, mas nem sequer mandou unszinhos para mim, ele que tem tantos. Imagine aí o
que se passa pelo Brasil afora. Não sei se se tem conhecimento sobre a briga de
autoria do Romance do Pavão Misteriozo: há dois auotres, um para São Paulo,
outro para o Nordeste, pelo menos para a Paraíba, e pouco importa que tenha
sido escrito originalmente na Paraíba, em São Paulo só se conhece o poema como
sendo da autoria daquele outro lá. Qualquer dia eu vejo quem são, agora não dá,
teria que buscar um na internet e procurar o outro que tenho guardado nem sei
aonde.
Há
que se fazer uma ressalva: soube que a Editora José Louzeiro vende uns folhetos
de cordel pela Internet, e pude ver alguns, inclusive As Proezas de João Grilo,
e são não folhetos, mas livretos de qualidade, maiores que os folhetinhos, e
com alguma informação sobre o autor, só não sei como a referida editora vende o
tal Pavão - falo assim do Pavão Misteriozo porque tenho algo de sentimental por
aquele rimance, e uma idéia interessante sobre a motivação, ou a verdadeira
causa de sua gênese, uma coisa simples mas que me parece ninguém notou ainda,
qualquer dia eu conto essa história, que é besta como toda história
sentimental, mas faço um suspensezinho pra valorizar, que aprendi isso.
Eu
não falei ainda sobre debate de hoje? Como é triste se meter a escrever sem
saber escrever, roubando assim descaradamente o precioso tempo alheio...
O
Diabo vem ao sertão, se é que um dia ele saiu de lá... Não um diabo qualquer,
que são muitos os diabos, mas um diabo poderoso, um diabo que não foge da Cruz
de Cristo, um diabo de antes de Cristo, um deus que virou diabo, um Juiz dos
Infernos pré-cristãos, o deus Minos, aquele que transfromava em ouro tudo que
tocavam e que Dante colocou como porteiro do Inferno na Divina Comédia. E é
naturalmente um diabo muito culto, e justo, ele não permite sequer que a corja
de diabos menores que o segue faça qualquer coisa contra mim quando o
importunei com minhas baboseiras de matuto sertanejo que não percebe quando é
inconveniente (essa é a condição sine qua non do matuto, não notar que não cabe
ali, e ficar se achando todo importante quando na verdade comete uma gafe sem
precedentes).
Pois
bem, mas acreditando que o sertão só tem gente boa e pura, e os santos
padroeiros, e as santas padroeiras (será que agora seremos obrigados a dizer
"santas madroeiras" doravante?), acreditamos que o velho Cão só pôde
chegar ali depois das mortes dos santos Padre Cicero e Frei Damião, e que o
posto de santo estando vago, nessa vacância de poder, quem está querendo se
apossar do posto é o Arqui-rival do Arcanjo Miguel, e Ele - maiúsculas
necessárias aqui, por educação e concordância, não por crença ou respeito,
ressalvo). O linguajar diabólico é prenhe de metáforas, e ele, por julgar que
qualquer religião, ou qualquer sistema de crenças, na verdade trata de
feitiçaria - Isso é idéia do Diabo, leitora: isso não fui eu que pensei, não!
Não tá vendo que de uma pobre cabeça sertaneja e católica dos de Medeiros de
Santa Luzia ia sair uma coisa dessas! Isso eu ouvi do Cão. E dou as provas: foi
um alemão, gente que entende dessa coisas que me botou a perder, foi Thomas
Mann em Doutor Fausto quem, pela boca do Cão Maioral, disse uma coisa absurda
dessas! Que toda religião e feitiçaria, e na verdade, em seu íntimo, trata do
Diabo, não de Deus, e que o Diabo é o verdadeiro causador de todas as
religiões, com ou sem maiúsculas. É bom dizer isso antes que façam uma
procissão e acendam as fogueiras, que o São João tá vindo aí...), pois bem, por
pensar assim, ao perguntar pelo bom e dedicado pároco da cidade, ele diz -
"Onde mora o feiticeiro?" Porque as coisas são assim, há o eterno
retorno, e hoje em dia já tem os psiquiatras, que talvez sejam os feiticeiros
da Ciência, assim como temos os feiticeiros de Deus...
Eu
gosto da Santa Madre Igreja, e a respeito, e lá em minha Santa Luzia a única
coisa boa que sobrou dos velhos tempos foi o Coral da Igreja, e quando vou a
uma missa ali vale por dez, cem missas, em qualquer outro lugar. Porque não sou
ingrato, e fui educado pela Igreja Católica, e não vou cuspir no prato que me
alimentou tão bem. Gosto muito daquele pão e daquele vinho que me deu o saudoso
padre Jerônimo Lawen - Deus o tenha! - e as professoras e irmãs do
Colégio das Freiras de Santa Luzia, sertão do seridó paraibano, ligada à
Irmandade de Santa Terezinha, do Ceará. Por isso, o padre que vem discutir com
o Diabo é uma padre meio estranho, um padre que em certos momentos, chega
até a elogiar o Cão... Quando sabe que ele tomou certas atitudes políticas bem
radicais, por exemplo, fica até estanho ver que o padre gostou... Mas também
quando o padre faz uma autocrítica dizendo que a Santa Madre igreja, porque
colonizou o sertão conforme as leis da Inquisição, tem uma certa
responsabilidade sobre o modo de pensar daquele povo, que é, talvez, o meu
também, no mais profundo. Ora, por que uma presença tão notável do Diabo, se
não for um Diabo renascentista batendo á minha porta?
-
Pode entrar, Senhor Cão, fique à vontade. Só não digo que a casa é sua,
gentileza natural a qualquer anfitrião, porque alguém mais pode ouvir. não
entender a gentileza, sair espalhando e pegar mal pra mim...
Seim
que hoje é fácil apontar os erros e culpá-la por muita coisa, como se a Igraja
Católica, um obra humana, pudesse ser tão Perfeita como a Idéia de Perfeição
que ela prega, mas quem civiulizou o Ocidente e mantém até hoje um aura boa de
mistério e caridade, sem aparcer muito praticando essa caridade, foi é a Santa
Igreja, e o que tem aparecido como opção, a meu ver, tem sido pior.
Bom,
vou terminar, juro, se não não fica mais nada pro cordel, ou pro rimance. Certa
vez, quando eu era jovem e metido a intelectual, lá no Amarelinho da
Cinelândia, com namorada carioca, chopp do bom e tudo mais, discutindo pra
resolver de uma vez por todas os problemas que afligiam o Brasil e o Mundo,
ouvi uma coisa interessante sobre a Colonização do Brasil: que na verdade são
três brasis, colonizados cada um de acordo com o pensamento europeu de
determinada época, e que pensa e age ainda, em seu mais profundo, de acordo com
tal colonização: O nordeste foi colonizado pela Inquisição; o sudeste pelo
iluminismo; e o sul pela revolução industrial. Lembro que, naquela tarde,
perguntei: "E o Norte, não existe?" houve algumas respostas,
umas brincalhonas, tipo "estamos falando do que já foram colonizados"
(talvez se tenha empregado um termo mais forte, mas você, leitor, não pensa que
eu tão doido assim, pensa?), houve uma boa: "os americanos não são
europeus, e não chegaram de vez, ainda".
Notar
que, sendo um cordel do início de meus escritos, é em sextis, eu tinha medo e
preguiça, nessa ordem, da septilha, da obrigação de rimar mais um verso ali, o
quinto com o sexto, e deixava a septilha pra o último verso, "um verso a
mais como presente ao leitor", inventou o esperto medroso
preguiçoso, na época. Mas a pegada da deixa, já tinha, a obrigação de começar
sempre uma estrofe rimando o primeiro verso com o último da estrofe
anterior. Isso é sagrado pra mim, principalmente depois que foi inventado por
Silvano Pirauá, poeta da cidade do Teixieira, bem pertinho ali de Santa Luzia,
subindo a serra depois de Patos, pros lados do Pernambuco de Lampião.
Você leitor, se for do litoral, pode entrar antes, logo em Taperoá, mas eu não,
onde estiver, mesmo aqui no litoral, primeiro desço o Planalto da Borborema
pela Transamazônica, passo em Santa Luzia, depois em Patos, e só então
subo de novo a serra pra ir tomar a bênção ao Pirauá, porque o sagrado é sempre
sagrado.
Grato
pelo espaço para escrever e pensar,grato pela leitura,um abraço.
Antônio
Adriano de Medeiros
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